As pessoas têm utilizado remédios naturais por milhares de anos para tratar problemas de saúde. Mesmo nos tempos bíblicos, muitas ervas e plantas já eram conhecidas por suas propriedades medicinais eficazes.
De acordo com o Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, existem 55 plantas mencionadas na Bíblia que possuem propriedades medicinais. É interessante notar que muitas dessas plantas continuam sendo utilizadas até hoje, servindo tanto para benefícios à saúde quanto para propósitos culinários.
Esta primeira parte do texto original serve como uma introdução ao tema das plantas medicinais bíblicas, estabelecendo sua relevância histórica e sua continuidade de uso até os dias atuais. O texto enfatiza a longevidade desse conhecimento medicinal, que atravessa milênios de história humana, e destaca como essas plantas mantêm sua importância tanto na medicina tradicional quanto na culinária contemporânea.
Dando continuidade ao nosso estudo sobre plantas medicinais bíblicas, gostaria de apresentar as cinco primeiras plantas que considero fundamentais para compreendermos esse rico legado histórico e medicinal.
O Bálsamo de Gileade, mencionado diversas vezes na Bíblia, é uma planta fascinante. Embora hoje existam dúvidas sobre qual era a planta exata daquela época, a Populus balsamifera L. é uma das que carrega esse nome atualmente. Trata-se de uma árvore decidual que pode atingir entre 30 e 100 pés de altura. Seus brotos aromáticos podem ser fervidos para criar um bálsamo eficaz no tratamento de feridas e condições da pele, além de poder ser usado para aliviar dores e inflamações.
O Açafrão (Crocus sativus) é conhecido como a especiaria mais cara do mundo, sendo obtido dos estames da flor do açafrão. Cada flor produz apenas três estames, o que explica seu alto preço. Além de seu uso culinário tradicional, como no preparo do arroz com açafrão, esta especiaria tem propriedades medicinais notáveis, atuando como um elevador do humor e sendo eficaz no tratamento de condições respiratórias.
A Hortelã (Mentha L.) é uma erva comum em muitos jardins, facilmente identificável por seu caule quadrado e folhas verdes aromáticas. As folhas, que podem ser usadas frescas ou secas, são especialmente úteis no tratamento de problemas estomacais, ansiedade e como auxiliar natural do sono. Uma xícara de chá de hortelã pode acalmar tanto o estômago quanto os nervos.
O Coentro (Coriandrum sativum) é uma erva anual conhecida tanto por suas folhas (cilantro) quanto por suas sementes aromáticas. São as sementes que possuem as propriedades medicinais mais significativas, sendo particularmente eficazes no tratamento de problemas digestivos.
Por fim, o Cominho (Cuminum cyminum), uma erva que se assemelha ao funcho, é tradicionalmente utilizado na culinária indiana. Além de seu uso culinário, suas sementes são conhecidas por suas propriedades calmantes para o sistema digestivo, sendo tradicionalmente consumidas após as refeições para auxiliar na digestão.
Agora, gostaria de completar nossa jornada apresentando as cinco plantas finais deste estudo fascinante sobre as plantas medicinais mencionadas na Bíblia.
O Endro (Anethum graveolens) é uma planta que se assemelha ao funcho, com suas longas folhas plumosas e altura máxima de dois metros e meio. Apresenta uma única haste e, durante o verão, produz uma quantidade significativa de sementes. Tanto as folhas quanto as sementes podem ser colhidas – as folhas podem ser utilizadas frescas ou secas, enquanto as sementes devem ser colhidas quando começam a ficar marrons. Esta versátil planta medicinal tem se mostrado eficaz no tratamento de diversas condições, incluindo febre, resfriados, tosse, bronquite e problemas estomacais.
A Mostarda (Brassica) é uma planta fascinante que vai muito além do condimento que conhecemos. Para identificá-la, observe suas flores características com quatro pétalas e seis estames, sendo dois altos e dois curtos. Embora suas folhas verdes sejam comestíveis em saladas, são as sementes que carregam as propriedades medicinais mais significativas. Estas podem ser transformadas em cataplasma, oferecendo alívio para uma variedade de condições, desde músculos doloridos até problemas de tosse.
O Alho (Allium sativum) é uma planta notável que pode atingir até três pés de altura, com folhas planas em forma de lâmina e flores rosa ou roxas durante o verão. O bulbo, que deve ser colhido escavando a planta inteira, é a parte mais valiosa medicinalmente. Além de seu uso culinário comum, o alho tem se mostrado particularmente benéfico para problemas cardíacos e cardiovasculares, além de fortalecer o sistema imunológico, ajudando assim na prevenção de resfriados.
A Mirta (Myrtus) é um arbusto perene impressionante que pode crescer entre 16 e 24 pés, produzindo flores brancas aromáticas no verão e bagas comestíveis de cor púrpura-escura. Suas folhas aromáticas podem ser colhidas e usadas secas como substituto das folhas de louro na culinária, ou destiladas em óleo essencial. Como planta medicinal, tem se mostrado eficaz no tratamento de tosses, problemas respiratórios, condições de pele e questões relacionadas à bexiga.
Por fim, temos o Hissopo (Hyssopus Officinalis), um membro da família da hortelã que cresce até cerca de três pés de altura. Esta erva perene apresenta folhas aromáticas e flores que podem ser violeta, rosa ou brancas, crescendo em cachos. Embora seu uso culinário tenha diminuído com o tempo, sua eficácia medicinal permanece notável, especialmente quando preparado como chá para tratar resfriados, tosses e condições respiratórias.
Este conjunto de plantas representa apenas uma pequena parte do rico legado medicinal que nos foi transmitido através dos tempos. É notável como estas plantas, mencionadas em textos tão antigos, continuam demonstrando seu valor terapêutico até os dias atuais, oferecendo alternativas naturais para diversos problemas de saúde.